quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Crise

A crise é um substantivo comum tão banalizado nos dias que correm que já assume a prepotência de um substantivo próprio sempre que é proclamada. Se tivermos em conta que o seu significado não se distancia de uma mera perturbação que altera o curso ordinário das coisas, temos na “Crise” razões para uma verdadeira estrela mediática. Por algum motivo é que esta “Crise” é apontada como causa-efeito de todos os males económicos e sociais contemporâneos e utilizada como argumento para intervenções e ajudas estatais impensáveis em tempos de “normalidade”. Contudo, eu não percebo como é que os salários baixos, as listas de espera nos hospitais, as mortes nas estradas, o individualismo societário ou o aquecimento global poderão ser entendidos como “normalidades”? Principalmente num mundo (entenda-se elites mundiais) que acorda agora sobressaltado para facto da rede financeira estar baseada na especulação, na transmissão de dividas e na previsão de valores.

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