sábado, 27 de novembro de 2010

Pensamento inconsequente

A solidão arrasa o espírito, porém, é a socialização que destrói a alma.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Difference

Contrary to the general conception, difference makes it easier to love and fall in love...

This is one La Chouffe moment.

sábado, 30 de outubro de 2010

A vida da Morte

Hoje seria dia de aniversário caso a Morte não tivesse aparecido antes do tempo. Malograda esta vida composta de morte.

Aqui vai um excerto do que será publicado na próxima edição da Voz de Mira:

"A vida da Morte…

A vida da Morte é tristonha. A vida da Morte anda rodeada de tristeza. A vida da Morte transforma-nos em seres tristes.
Ela, a Morte, anda por aí, sempre andou, sempre andará. Ela despe-se de feição e só se mostra quando um determinado corpo já não transmite vida. A Morte é cruel.
A Morte e a Natureza são elementos da Vida, e quantas vezes a Morte não tira vida à Natureza.
Em dias gélidos de Inverno a Morte cuida de tirar a vida a uma frágil flor; pensemos, conscientemente, numa rosa. Uma rosa que, para os humanos, pode ter simbologia tão diversa – da paixão à política –, porém, para a Morte essa simbologia é tão desinteressante como desrespeitada. Ela absorve insensivelmente a vida da rosa nos dias frios, argumentando-se casuisticamente na fisiologia da espécie, e assim, a vida de uma rosa morre: perde a cor, perde o perfume, perde a sua essência.
Em dias de abrasivos de Verão a Morte cuida de tirar a vida a uma sedenta águia; pensemos, conscientemente, numa águia sem raça mas com espírito, uma águia livre como aquelas que pairam no imaginário das pradarias. Falamos de uma águia cheia de vida e de necessidade de vida, uma águia resistente, tantas vezes maltratada pela Vida mas sempre ripostando com vida. Infelizmente, para aquela águia e para quem a sua vida também trazia vida, aquele Verão foi seco e quente demais. A morte saiu à rua (como o José Afonso lá cantarolava, antes de a Morte o visitar precocemente) de novo e, desta vez, foi retirando lentamente vida até à pobre águia não poder voar mais, acabando esta por rogar à Morte para ocupar o seu lugar naquele corpo sem vida.

Choque!"

sábado, 16 de outubro de 2010

Sabedoria

As minhas lentes de contacto estão secas de saber e ainda não aprendi nada.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Frases noctívagas

Quando o enchimento de vazio é tanto, dá-me para "inócuizar-me" com pensamentos como este:
A expressividade é exposta de formas oblíquas à realidade;tem sentidos diferentes mas comunga da mesma verdade. Hoje, está terrivelmente bonita,senão mesmo, horrivelmente esbelta.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Sabedoria de um verdadeiro artista musical

"Quando vemos as principais tabelas de música em todo o mundo e olhamos para as capas dos principais jornais, percebemos que a música não fala de nós, da nossa vida, dos nossos conflitos. É música sem propósito." (Mattew Herbert in Ípsilon)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Divagação inóqua

A vivência é exercida por forças e não por momentos eternizados na abstracção do sentir.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A Holanda está em obras

É realmente impressionante a quantidade de obras que estão a decorrer por toda a Holanda, é um caos organizado.Mais fantástico só os subsídios (por m2) que a Câmara de Roterdão dá a quem tiver um terraço, um telhado ou balcão com verdura, entenda-se, plantas que auxiliem, com a sua fotossíntese presumo, o regenerar do ar citadino. Isto leva-me a questionar, será quem planta cannabis no telhado também tem direito a subsídio? E será este maior que as coimas por excesso de produção?

quarta-feira, 31 de março de 2010

Uma estrofre, um pensamento externo

Nebulosa nuvem que paira em mim,
deita-te,deixa de existir,desiste;
não há quem assiste,
e só perpétuas uma luta sem fim.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Oriento-me pela ausência de sinais

Oriento-me pela ausência de sinais.
Decido caminhar pelas rochas salientes no horizonte da água. Não é uma água qualquer, é o Oceano Atlântico. É imenso. É ondulante e refrescante. É composto pela grandiosidade de uma diversidade homogénea.
O seu rendilhar ‒ de vagas compostas de ritmo, som e forma ‒ são tranquilizantes naturais; pelo menos em dias como hoje, em que o vento comemora a paz com a Terra e permite que o temor invisível não perturbe a minha calma humana.
Mudo geograficamente de lugar, mergulho numa nova procura:
Há anos que procuro o que não tenho, porém tenho muito mais do que procuro; só não sei usá-lo para o meu bem. Por isso, ou também por isso, desço pelos trilhos invisíveis da floresta, fresca de orvalho e verdejante de castanho .Procuro não encontrar uma direcção, quero perpetuar o meu diálogo físico com a natureza.
O céu cinzento continua a reprimir as lágrimas de chuva, ao mesmo tempo que filtra a luminosidade até um ponto ideal; ideal para uns olhos sensíveis à beleza. Os mesmos olhos que hoje bebem cores e formas de diferentes ângulos. É um daqueles momentos de sede de imagens, em que tudo é passível de ser absorvido e o léxico iconográfico é extensivamente ampliado. Os meus olhos estão loucos de vida hoje!

quarta-feira, 3 de março de 2010

O passado

O passado persegue-me como se de o futuro se tratasse...(o meu dia tem girado sobre esta nebulosa frase)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Escolha

A escolha torna a existência mais rica. A escolha torna a emoção mais instável. A escolha torna o que é belo mais verdadeiro.
A escolha permite-nos sentar, levantar e elevar, de certo modo, permite-nos existir, mesmo que rodeado e emparedado por paredes inexistentes.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Erasmus wisdom

“A good prince will tax as lightly as possible those commodities which are used by the poorest members of society: grain, bread, beer, wine, clothing, and all other staples without which human life could not exist", this was written 500 years ago by the "rationalist" Desiderus Erasmus. Wisdom and common sense are ageless.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Brancura

Um pedaço de gelo húmido pousa na minha mão, o seu toque é suave, o seu toque é efémero, não hesita em fundir-se com a minha pele em forma de água límpida.
As nuvens aqui ainda são puras, os humanos ainda não as mancharam com nódoas dos seus hábitos comodistas, displicentes, e economicistas.
Este gelo húmido de uma brancura suave traz paz a espíritos inconformados. Ao que resta do meu traz, apesar de não conseguir alcançar um consenso interno sobre a razão de tal efeito; provavelmente estará relacionado com a brancura, a mesma que envolve o leite e o transforma num néctar de pacificação nutritiva e estética.
Não podemos deixar que a neve deixe de ser branca...

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Luminosidades ausentes

A beleza encontra-se na incerteza da luminosidade. Eu já fui belo, tive uma beleza que se ausentou após o desligar da luz artificial que na maioria das vezes ilumina as faces. Tornei-me num mero ser com essência mas sem alma.
A beleza está em quadros, a beleza está em frames e pixéis. A beleza está em tudo que é passível de ser transportado para o tempo posterior com o mesmo espanto do presente.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Remeniscências natalícias

O Gato

O gato pára mas não olha; sente e pára. Remete-se na sua pelugem, acaricia com a sua língua áspera o seu rabo, e continua no seu trajecto rotineiro pela fria e acolhedora cidade de Heidelberg.
Vi-o num daqueles dias em que a memória só existe em imagens. Num daqueles dias em a velocidade é a maior inimiga do sentir.
Tudo naquele dia era novo para mim. Porém, eu já tinha percorrido as calçadas disformes do centro histórico de Heildelberg. Eu já tinha sentido com a vista a força das águas do Necker a testar a resistência da ponte histórica – tantas vezes destruída e reconstruída. Eu já tinha absorvido as cores sonoras dos cantarolares natalícios que pautam a existência de cada esquina e de cada aglomerado humano durante esta época festiva.
Esse fluxo incontrolável de carcaças sorridentes sem vontade própria influenciada pelo desejo de mais (mais cor?); pela vontade de oferecer mais (mais cor?); pelo hábito de comprar mais (mais cor?). Esse fluxo já me perseguiu noutros quadrantes terrestres, no entanto, nunca o senti tão parte de um passado que já não me lembro como nesse dia em que o gato parou, não olhou, recolheu-se no seu volumoso pêlo e seguiu o seu caminho pela acolhedora e fria Heidelberg.




14 de Dezembro de 2009, Heidelberg

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Instruções para Salvar o Mundo

Instruções para Salvar o Mundo é o título de um livro de Rosa Montero, e que belo livro é para ajudar para baralhar e dar de novo as cartas da vida. Aqui vão alguns excertos:

"A vida era um campo minado e a qualquer momento, sem se aperceber, o taxista podia pisar uma lembrança que fazia explodir a tristeza, deixando-o surdo e mutilado, alagado no sangue da sua memória."

"Tudo o que aprendemos nas nossas vidas breves não é mais do que uma ninharia insubstancial arrancada à enormidade do que nunca saberemos."

"Mas no fim até as existências ruinosas e desnecessárias como a sua se obstinavam teimosamente em continuar a viver."

"Não há nada tão feroz como uma sociedade reprimida que reprime."

"...quando alguém diz «expliquei-lhe tudo», na verdade nunca disse nada, porque a existência é essencialmente inexplicável e a vida é o oposto da arte..."

"Por que será que não nos custa nada acreditar na ruindade, na crueldade e no horror do mundo, mas quando falamos de bons sentimentos imediatamente se nos desenha um ricto irónico na cara e os consideramos umas patetices?"

"...uma dessas raras relações que o tempo não destrói, mas alimenta. É que a Humanidade divide-se entre aqueles que sabem amar e aqueles que não sabem."